Transporte coletivo: mais transparência
A partir de hoje um passo importante da Administração Pública de Joinville será dado sobre o debate da tarifa de ônibus. Tema polêmico, a partir do encontro que tive com os empresários do transporte coletivo. Uma enxurrada de cartas, e-mails, críticas e muitas sugestões, absolutamente legítimas, considerando que este encontro possibilitaria o aumento sugerido pelas empresas. Ledo engano.
Durante minha trajetória política acompanhei diversas manifestações a cada aumento, dadas em comum acordo entre Prefeitura e concessionárias. Por outro lado, também participei de encontros em diferentes segmentos, discutindo uma planilha aberta, até para conhecer a realidade das grandes empresas que temos aqui.
Sempre defendi o diálogo e, principalmente a transparência. Nunca admiti que a população não participasse desta discussão que, nas gestões passadas, seguiam a quatro paredes. No "canetaço", como diz nosso povo. Não quero aqui desmerecer o trabalho das concessionárias, mas o fato de nunca abrirem tal planilha é um retrocesso a todos os joinvilenses, principalmente aos milhares de usuários do transporte coletivo.
A partir disso, atendi os empresários. Ouvi as reivindicações, recebi uma planilha justificando a necessidade do aumento. Nesta conversa, também solicitei mais detalhamento nos serviços, a extinção do 'Pega Fácil', por exemplo, os corredores de ônibus, o bilhete eletrônico, a dispensa dos cobradores. Enfim, um debate saudável que deve ser feito de forma respeitosa, mas com muita honestidade.
Bem, a abertura desta planilha de custos à população pode representar o marco de uma gestão que pensa para todos. Que quer debater sim com a comunidade. Seja com reuniões regionais, com audiências públicas, com a participação dos vereadores que são seus representantes na Câmara. A responsabilidade do aumento ou não do preço das tarifas deve ser dividida e não ficar nas mãos apenas do Prefeito. Conto com uma equipe técnica, na Seinfra, que vê com muito rigor a planilha apresentada, mas que estuda um novo documento a partir do que é previsto em lei. Coincidentemente esses dois estudos nunca fecharam nos anos anteriores. E acredito que é nessa diferença que poderemos encontrar a saída para este impasse.
Em centenas de cidades espalhadas pelo país, a discussão das planilhas mostra que esse não é um problema só de Joinville. Mas sim da vontade política de cada gestor. Há municípios pedindo interferência do Ministério Público, outros ainda, contam com auditorias. Ora, a solução parece mais simples. Cabe ao Prefeito então abrir e rever os números com a população. E é este o meu compromisso com Joinville. O primeiro passo será dado hoje, com a disponibilizarão da planilha de custos das empresas no site da Prefeitura.
É claro que simplesmente colocar a planilha ali, aparentemente não mudam nada as discussões. Isso porque são tabelas técnicas, difíceis de entender. Há os que dizem que a elaboração seja justamente para dificultar o entendimento por parte das pessoas, leigas na maioria. Cabe lembrar que a planilha de custos foi elaborada pela Prefeitura em 1998 se constitui vários itens como despesas que vão do comubustível, lubrificantes, uniformes, encargos sociais frota, seguro, IPK (índice de passageiros por quilômetro) e até assistência social. É preciso humanizar e traduzir esses números. E não só no transporte coletivo. A idéia da transparência também valerá, em breve, para as nomeações do governo, no orçamento do município, bem como as dívidas e empenhos da Prefeitura. Nunca antes disponibilizadas aos joinvilenses.
Tenho certeza de que é um passo importante, esperado há tanto tempo, e que poderá representar de fato, a participação popular para um assunto que é de todos.
Carlito Merss
Prefeito de Joinville
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ND publica artigo de Carlito sobre transporte
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
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