0

Nota de Apoio a Luta Contra o Aumento na Passagem em Florianópolis

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Nota de Apoio a Luta Contra o Aumento na Passagem em Florianópolis

A luta para barrar o modelo privado de transporte coletivo está em diferentes cidades brasileiras, especificamente pelo entendimento de que não é possível condicionar o direito de ir e vir à lógica de mercado, quando grupos empresariais e familiares determinam o funcionamento da cidade.

Joinville está inserida no contexto apresentado, aproximando a nossa realidade com Florianópolis. Quando nos colocamos nas ruas para lutar pacificamente, a polícia exerce o papel de repressão e criminalização, o que mais uma vez está ocorrendo, mas em contornos gravíssimos e arbitrários.

Chegamos à conclusão quando nas últimas três semanas de luta contra o aumento na tarifa do transporte coletivo da capital catarinense, a polícia executou a prisão de 25 manifestantes, já liberados, quando dois destes tiveram que pagar R$ 800,00 de fiança, e a utilização de cassetetes de maneira violenta e do equipamento de choque identificado por Taser, o que lembra um moderno pau-de-arara portátil.

Levando todo o contexto apresentado, nós, da Frente de Luta pelo Transporte Público de Joinville, solicitamos ao Ministério Público de Santa Catarina, ao Governo do Estado de Santa Catarina, ao comando da Polícia Militar de Santa Catarina, Assembleia Legislativa do Estado e, principalmente, a todas as pessoas do Estado de Santa Catarina, que reproduzem notas de repúdio e debates em todos os espaços possíveis a postura adotada pela Polícia Militar de Santa Catarina.

Toda solidariedade ao povo de Floripa!

Contra a repressão policial e empresarial!

Pelo fim da exploração privada no direito de ir e vir!

FRENTE DE LUTA PELO TRANSPORTE PÚBLICO.

Apóiam a carta:

Movimento Passe Livre – Joinville

Comitê de Apoio aos Movimentos Sociais – Joinville

Centro Acadêmico Livre de História Eunaldo Verdi - CALHEV

Centro Acadêmico de Letras Alcides Buss – CALABuss

Centro Acadêmico de Engenharia Química – ENGETEQ

Centro Acadêmico de Biologia – CABIO

Centro Acadêmico de Administração de Empresas – CAAD

Centro Acadêmico de Educação Física – CAEF

Centro Acadêmico de Odontologia – CAO

Centro Acadêmico de Medicina – CAM

Centro Acadêmico de Fármacia –CAF

Centro Acadêmico de Geografia – CAGEO

Centro Acadêmico de Engenharia Ambiental – CAEA

União da Juventude Socialista de Joinville – UJS

Diretório Central dos Estudantes - DCE - UNIVILLE

Diretório Acadêmico Cruz e Souza - DACS

Pró-Coletivo Anarquista Organizado de Joinville - Pró-CAO

Partido Socialismo e Liberdade de Joinville - PSOL

Joinville, 02 de junho de 2010.

0

Trabalho de base continua

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quase duas semanas se passaram desde a negação do possível aumento do transporte coletivo e, durante esse período, a Frente de Luta pelo Transporte Público promoveu palestras em escolas municipais, estaduais e particulares. A ideia do grupo é não deixar que a burocracia imposta pela Prefeitura esfrie o movimento. Na última semana, o debate ocorreu no Colégio Estadual Jorge Lacerda, onde foram recebidos integrantes do Movimento do Passe Livre (MPL), do Diretório Acadêmico Cruz e Souza (Dacs), do Centro Acadêmico Livre de História Eunaldo Verdi (Calhev) e do Diretório Central dos Estudantes da Univille (DCE).
Alguns pontos principais foram debatidos em sala, como: interesses políticos, relação Prefeitura/Empresas de Transporte, relação público/privado, movimentos sociais, entre outros. Foi apresentado aos estudantes um breve histórico sobre os movimentos pelo transporte público.
A participação dos estudantes do Jorge Lacerda foi muito positiva, inclusive, para solucionar dúvidas comuns sobre um projeto público e gratuito de transporte. O debate também abordou problemas próprios do colégio, como a dificuldade para se formar um grêmio estudantil.
A insatisfação dos alunos em relação ao transporte coletivo esteve presente na maioria dos relatos. A preocupação dos jovens do Jorge Lacerda sobre outros setores públicos da cidade também foi um fato que chamou a atenção dos representantes do movimento. Estas experiências pessoais abriram brechas para que o debate continue. A mobilidade urbana, assim como a saúde, moradia, segurança e educação são necessidades básicas, infelizmente e frequentemente, apropriadas pelas iniciativas privadas. Através de discussões, como a desta semana, mostra-se à população que a iniciativa pública pode e deve administrar estes setores. Assim como o lixo não é pesado e cobrado na porta de cada morador de Joinville, o transporte público também deve ser administrado pelo município. É neste sentido, que a Frente de Luta pelo Transporte Público convida a população para discutir um projeto de transporte que seja público, gratuito e de qualidade.
O movimento agradece a todos os estudantes e professores que colaboraram com os debates.

0

R$2,30 JÁ É ROUBO

sábado, 24 de abril de 2010

No começo desta semana (dia 19 de abril), a Prefeitura de Joinville declarou em nota oficial que não aumentará a tarifa do transporte “público” até Janeiro de 2011. A primeira reação dentro dos movimentos sociais foi de espanto, pois, até o momento, a articulação entre o prefeito Carlito Merss e os donos da Gidion e Transtusa, Moacir Bogo e Beno Harger, sinalizava um aumento de R$2,50 ou até R$2,65.

Nos primeiros desdobramentos do possível aumento, os movimentos sociais trabalharam em uma intensa atividade de base nas escolas de ensino fundamental, médio e superior. O trabalho foi realizado através de assembleias, visando debates com os jovens, o que resultou em uma grande adesão. Também foram realizadas palestras em salas de aula e panfletagens em frente às escolas. Esta primeira etapa de diálogo foi finalizada com uma grande manifestação na Univille, onde foi cobrado dos chefes de departamentos uma posição, pois todo aumento interfere na permanência dos acadêmicos nas universidades. É válido lembrar que existe um número expressivo de professores universitários com cargos políticos na atual gestão da prefeitura. É necessário que o corpo docente compreenda que o descolamento urbano dos acadêmicos também deve ser uma preocupação da administração da Univille, afinal, um aumento pode prejudicar seriamente o processo de construção do conhecimento universitário.

Considerando o grande desgaste da atual prefeitura perante vários setores da sociedade como: população em geral, imprensa e movimentos sociais, e lembrando que este ano haverá períodos eleitorais, não se pode deixar de citar o tamanho do colégio eleitoral de Joinville. A prefeitura optou pela decisão política para não prejudicar suas pretensões eleitorais partidárias. Assim que o possível aumento das passagens foi divulgado, a prefeitura abafou o aumento da tarifa da água que ocorreu durante a discussão do aumento da tarifa, sendo que esta última, possui um impacto econômico maior na renda da população joinvilense.

O adiamento do aumento não é o fim do debate, pois em janeiro de 2011 o aumento ocorrerá. A população deve se preparar junto com os movimentos sociais, pois, esta é a única forma de toda a população sair às ruas e exigir seus direitos básicos previstos na constituição. É dever de todos colocarem um fim a este ciclo de mais de quatro décadas de exploração. Exploração controlada por apenas duas famílias oligarcas: Bogo e Harger. A população deve exigir um modelo alternativo e independente que fuja da proposta das empresas e da prefeitura.

Outro fato, que cada vez se mostra mais conciso, é o alinhamento de pensamentos e estudos sobre mobilidade urbana por parte de Moacir Bogo, políticos e técnicos da Prefeitura. Todos argumentam em favor de um modelo de transporte coletivo baseado nos projetos de Bogotá e Pereira, cidades colombianas. Porém, grande parte dos usuários e usuárias joinvilenses desconhecem a realidade do transporte colombiano. Os movimentos sociais apontam outros modelos alternativos, que se diferenciam de forma clara e objetiva sobre o conceito de transporte e a mobilidade urbana. Estes movimentos pretendem trazer um serviço público de verdade, que assuma o interesse social acima dos lucros e das visões empresariais oportunistas. Nesse contexto, deve-se exigir um espaço democrático para que todos os atores sociais possam propor uma alternância estrutural ao sistema de transporte coletivo de Joinville. A construção de um fórum, de caráter deliberativo, é a forma mais democrática para atender essas diferentes perspectivas da população joinvilense. Este novo modelo de transporte não pode ficar na mão dos poderosos da cidade, pelo contrário, o projeto de transporte deve ser escolhido de forma popular e democrática, servindo assim, aos interesses coletivos.

0

Frente de Luta pelo Transporte Público faz trabalhos de base nas escolas

domingo, 18 de abril de 2010

Na última semana, do dia 12 ao 15, a Frente de Luta pelo Transporte Público realizou diversos “trabalhos de base” com estudantes do ensino médio de Joinville. Esse trabalho consiste em conversas que tem o objetivo de esclarecer a possibilidade real de aumento da tarifa de ônibus em Joinville, explicar como está se desenhando o processo de licitação e argumentar em favor de um transporte verdadeiramente público.

Dia 12, segunda-feira, o Colégio Celso Ramos, no Bucarein, recebeu a presença de membros da frente. Houve panfletagens e conversas durante todos os turnos, inclusive na terça pela manhã. Na segunda ainda, à noite, houve panfletagem na Univille. Na terça-feira, ao meio-dia houve panfletagens na Tupy e no período noturno houveram panfletagens na ACE e Univille.

Na quarta-feira foi a vez dos alunos do turno matutino da Univille e da UFSC que contaram com panfletagens. Por volta das 11h da manhã houve panfletagem no Senai Norte e às 18h houve uma conversa com estudantes secundaristas no Centro de Direitos Humanos.

Quinta-feira, dia 15, foi o dia que inaugurou a primeira manifestação contra o aumento da tarifa em 2010 em Joinville. O dia começou com passagens nas salas do ensino médio do Colégio Nova Era. À noite, às 20:30h, ocorreu assembléia seguida de manifestação na Univille. Participaram cerca de 150 estudantes.

Segundo Daniela Alves, do DCE Univille, fazendo um balanço dos trabalhos de base, “a grande maioria dos alunos estão indignados e revoltados com o aumento”. Vanessa Rosa, estudante de Artes Visuais e militante do MPL, acredita que “os estudantes começaram a ter uma leitura de que o transporte atual é inviável e que temos que discutir novos meios de mobilidade urbana”.

A Frente durante essa semana continuará com os trabalhos de base nas escolas. Serão feitos contatos no Jorge Lacerda, Plácido Olímpio e João Colin. A disposição dos membros da Frente é de barrar todo e qualquer aumento.